"A motosserra de Milei combina com a radicalização da extrema direita populista"

Uma motosserra barulhenta, segurada com o braço esticado diante da multidão por um candidato de cabelos desgrenhados, arrotando seu slogan característico: "Viva a liberdade, porra!". A campanha vitoriosa de Javier Milei, eleito presidente da República Argentina em novembro de 2023, não se preocupou com longos discursos. Ainda mais machista que o machado, muito mais radical que o Kärcher e pouco mais civilizada que o lança-chamas, a motosserra ultraliberal expressa brutalmente o ódio que esse economista de formação, autoproclamado "anarcocapitalista", sente pelo Estado.

A corrente de corte cuidadosamente afiada do novo presidente prometeu cortar gastos orçamentários e aterrorizar "a casta política parasitária". De fato, cortou em cheio. A "medida de austeridade mais significativa da história", lançada pelo "melhor governo da história da Argentina", cortou os gastos públicos em quase um terço. Mais de 34.000 empregos públicos foram eliminados, e os programas de assistência social à infância, a indexação das pensões e os orçamentos para pesquisa foram reduzidos a pedaços.

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